Equipamento

Pavilhão do Brasil na Expo 2020

JPG.ARQ + Ben-Avid + MMBB Arquitetos Dubai, Emirados Árabes Unidos 4.445 m² (construído) e 3.772 m² (terreno) Vencedor do Prêmio "Archdaily Building of the Year 2023" Arquitetos Autores: José Paulo Gouvêa, Marta Moreira, Martin Benavidez e Milton Braga Colaboradores: Ana Carolina Isaía, Alen Gomez, Alfonsina Sassia, Clara Varandas, Constanza Villarreal, Emilia Darricades, Franco Fara, Felipe Suzuki Ursini, Gabriel Andreoli Hirata, Germán Ferradas, Ignacio Paez, Juan Pablo Parodi, Julieta Bertoni, Maria João Figueiredo, Mateo Arjona, Micaela Moreno, Murilo Romeu, Raphael Carneiro, Renan Ferreira, Seizen Uehara, Stefania Casarin, Tomas Milan, Tomás Quaglia Martínez, Victor Oliveira Curadoria: Guilherme Wisnik e Alexandre Benoit; Engenharia: Maratá Engenharia - Miguel Maratá; Afaconsult - Rui Furtado; Responsável Técnico: MJU Engineering Consultancy - Muwafak Al Juboory; Video Mapping: Cactus - Lucas Werthein, Marcelo Pontes, Noah Waxman, Felipe Reif; Sinalética: CLDT Design - Celso Longo, Daniel Trench Acústica: Inacoustics - Octávio Inácio; Sonorização: Nico Espinoza; Consultor Jurídico e Financeiro: Beatriz Lichtenstein Fotografia: Joana França e Jon Walis

Ode ao Rio Negro

O Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai apresenta as águas brasileiras, dos seus rios e seus mangues: nascedouro de toda a fertilidade da vida, patrimônio natural que dá a base para a discussão da sustentabilidade no planeta. Focaliza-se não aquele país mais conhecido no mundo, de caráter litorâneo, e voltado para a Europa, mas um Brasil de florestas, de palafitas, e que celebra a cultura e a resistência de povos indígenas. Um país “à margem da história”, nas palavras de Euclides da Cunha.*

Com uma estrutura tênsil em aço e tecido branco leve, como uma oca contemporânea, o pavilhão forma um arcabouço capaz de receber projeções, criando uma atmosfera imersiva de imagens, sons e temperatura variáveis, por sobre um ondulante e raso caminho de água que é também frequentável. Um lugar de animação e interação, com um inusitado caráter cênico. Palco de visualização e de experimentação de uma natureza e de uma cultura voltadas para o passado e para o futuro. Isto é: tanto para a preservação desses ecossistemas, quanto para a potencialização sustentável de seus recursos por meio da tecnologia.

A grande “praça d’água”, feita de lagos e meandros rasos, é resguardada por uma estrutura tênsil com 48 metros de lado e 20 de altura. Volume formado por treliças nas quatro fachadas, a partir de cujas arestas superiores é esticado o tecido da cobertura, tensionado de modo a se conformar como um impluvium de quatro faces que convergem em uma gárgula levemente excêntrica. O tecido, do tipo Precontrant, da Serge Ferrari, é armado por cabos de aço que constituem as arestas do impluvium, e que, depois de se amarrarem em um anel de tração, são atirantados ao solo, dentro dos espelhos d’água. A geometria resultante, como em toda estrutura tênsil de elementos elásticos, não é exatamente plana, com arqueamentos para cima nas arestas (cabos de aço), e para baixo nos lados (tecido).

Durante o dia, essa estrutura envoltória sombreia e protege as águas. Ao anoitecer, faz do pavilhão um cubo luminoso flutuante. Tomado por projeções, sons, vapores e aromas sutis, é o espaço da experiência expográfica proposta, cujo tema são as águas fluviais brasileiras.

*À margem da história é um livro póstumo de Euclides da Cunha, publicado em 1909, que descreve suas viagens pelo Alto Purus entre 1904 e 1905.

 

Vencedor do prêmio Building of the Year 2023 do site Archdaily

Publicado nos sites Archdaily e Dezeen e nas revista Projeto e AV – Arquitectura Viva

Indicado ao prêmio MCHAP – Mies Crown Hall Americas Prize